Hoje, a questão de gênero está se tornando cada vez mais importante no local de trabalho. Há, sem dúvida, uma mudança de paradigma social. No entanto, uma sociedade que garanta igualdade, segurança e inclusão de todos os gêneros ainda está longe de ser uma realidade.
Com a crise do Covid, assistimos a uma mudança geral nos padrões do nosso cotidiano. Estamos mais apegados a nós mesmos, à nossa família e ao nosso trabalho do que antes. Além disso, muitos locais de trabalho mudaram para dentro das residências. Assim, as horas de trabalho e as expectativas em torno do trabalho também mudaram. Falar sobre gênero no local de trabalho é de grande importância e devemos naturalizar a conversa em torno de muitos assuntos que ainda hoje são considerados tabus. O nosso objetivo é lutar por um lugar que promova a igualdade, proporcione segurança e facilite a inclusão.
A maioria das pessoas e profissionais desconhecem, mas existem aproximadamente 64 termos para descrever a identidade e expressão de gênero. Embora não gostemos de “rótulos”, rótulos e linguagem são cruciais para a compreensão de gênero.
Você conhece muitas empresas nas quais existem mecanismos de reclamação dedicado a questões relacionadas a problemas sociais relacionadas a gêneros? Se sua resposta for nula, não é surpreendente.
A violência de gênero no local de trabalho pode se manifestar de inúmeras maneiras. Por exemplo: discriminação no emprego, estigma e exclusão baseados em gênero, assédio/estupro sexual, trabalho forçado, coerção sexual por colegas de trabalho, bullying, etc.
A menos que alcancemos um local de trabalho sem fronteiras de gênero, inclusive, com diálogo aberto sobre orientação sexual, vemos a necessidade de mecanismos internos que apoie as causas das pessoas que sofrem qualquer tipo de violência relacionada ao gênero. Sim, precisamos de mecanismos que tornem capaz a exposição suas preocupações de forma mais livre e sem preconceitos.
Para que tenhamos um local de trabalho mais seguro, igual e inclusivo para todos, é preciso que a organização trabalhe com foco em gênero e que incentive a diversidade e a inclusão. Diversidade e inclusão são frequentemente usadas de forma equivalente, mas são diferentes, embora relacionadas. É simples: se a organização não promove a diversidade, não haverá inclusão e se não houver inclusão, não haverá diversidade.
A discussão não deve parar apenas em ter uma quantidade representativa de todos os gêneros. Quando falamos de mulheres, por exemplo, é preciso falar também sobre a gravidez, a amamentação, a menstruação, etc. Quando falamos da inclusão LGBTQIAPN+, não basta apenas criar um programa para contratação direcionada, é preciso levar em consideração toda a bagagem que vem por trás e criar um ambiente onde todos se sintam acolhidos, que façam parte, que sejam incluídos e não apenas integrados.
O que uma empresa pode fazer para incluir?
Desenvolver políticas e procedimentos de igualdade de gênero. Concentrar-se em questões como a inclusão das mulheres, LGBTQIAPN+, diversidade, menstruação, incentivo ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, etc. As empresas devem se esforçar para implementar essas políticas. Eles devem estabelecer critérios e referências mensuráveis para avaliar seu desempenho na indexação de gênero.
Uma mudança de atitude entre os representantes da administração é indispensável. Uma verdadeira conscientização deve ocorrer em relação ao gênero. A linguagem apropriada em escritórios e residências deve ser usada. Isso só será possível se houver uma discussão mais aberta sobre esses temas que ainda causam tumultos.
Organizar cafés mensais ou trimestrais, ou pequenas reuniões de grupo. Convide os funcionários a falar sobre questões além do escopo do trabalho. Conversem sobre o que afetam seu bem-estar mental, emocional e físico. Essas oportunidades sempre permitem que os funcionários criem uma forte conexão emocional com a empresa, o que também resulta em melhor produção e forte retenção de funcionários.
Envolver-se com as partes interessadas locais, como escolas e faculdades, ONGs. Atividades de sensibilização organizadas serão sempre um passo em frente. Isso ajudará as instituições a perceberem a importância do discurso de gênero desde cedo. O ideal também seria criar comitês que tratam de questões relativas à sexualidade.
Organizar treinamentos regularmente. Os funcionários devem estar cientes de seus direitos, responsabilidades e violência no local de trabalho. Trabalhar em estreita colaboração com os gerentes interdepartamentais. O objetivo é configurar vários canais para lidar com reclamações. Com foco na abordagem de questões de gênero, garantindo que a justiça seja feita. E isso, pontualmente e respeitando o sigilo
Há inúmeras ações que podem ser realizadas para um local de trabalho consciente de gênero, é difícil de resumir em uma postagem como essa. O importante é caminhar rumo ao objetivo. É preciso que os empregadores assumam uma postura positiva em questões como igualdade de gênero, assim como de igualdade racial.