ABNT NBR ISO 14091:2025 — quando adaptar deixou de ser uma escolha
- Afonso Martins
- 4 de abr.
- 2 min de leitura

Em 26 de março de 2025, a ABNT publicou a norma NBR ISO 14091:2025, trazendo diretrizes para avaliação de riscos, impactos e vulnerabilidades relacionados às mudanças climáticas. O título é direto, mas o conteúdo vai muito além de um checklist normativo.
Essa norma é uma resposta concreta ao que já está diante de todos: os eventos climáticos extremos deixaram de ser exceção. O que era eventual passou a ser recorrente. E isso pressiona decisões técnicas, políticas e econômicas em obras, cidades, cadeias produtivas e sistemas de infraestrutura.
A ISO 14091 trata justamente disso — da necessidade de compreender os riscos climáticos e planejar a adaptação de forma estruturada e baseada em evidências. E não importa se estamos falando de uma pequena empresa, de um projeto de infraestrutura pública ou de uma operação de logística em escala nacional. O recado é o mesmo: não dá mais pra operar no escuro.
A norma orienta três grandes etapas:
Preparar a avaliação de risco, estabelecendo escopo, objetivos, equipe e critérios.
Executar a avaliação, identificando impactos, vulnerabilidades, indicadores relevantes e capacidades adaptativas.
Comunicar os resultados, não só para registrar, mas para subsidiar planos de adaptação de curto, médio e longo prazo.
Ela também reforça a importância de análises setoriais, identificação de interdependências, revisão técnica dos dados utilizados e integração das informações em processos de tomada de decisão.
É importante dizer que essa norma não substitui a ISO 14090, publicada em 2023, que trata dos fundamentos da adaptação. A 14091 aprofunda a parte mais crítica: a avaliação de riscos. Ela mostra como mapear as ameaças, identificar os pontos frágeis do sistema e agir com base em um diagnóstico técnico, não em percepções subjetivas.
Para quem atua com planejamento urbano, infraestrutura crítica, obras públicas, ESG ou qualquer tipo de operação que dependa de previsibilidade, essa norma é mais do que útil. Ela é estratégica.
Porque adaptação climática não é mais sobre o que pode acontecer. É sobre o que já está acontecendo. E sobre o que estamos, de fato, fazendo com isso.
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